Eu prefiro as Montanhas Gerais

Prefiro infinitamente os mares de morros e as montanhas das alterosas, o mar é um tanto quanto monótono e alem disso é salgado. Gosto de praia, mas por pouco tempo, na verdade sinto falta de algo que limite meu horizonte e que faça minha imaginação voar para além das fronteiras. Diante do oceano nada limita o olhar, contemplo o horizonte e assim eu deixo de vislumbrar o horizonte por traz dos montes.

Gosto mesmo é das trilhas e das revelações dos doces caminhos de pedra das minas dos campos gerais. Cada subida descida e grota escondem um riacho, um cânion, uma bica e muitas vezes as lindas cachoeiras, água pura gelada e rica de cultura. Ali naquela serra chamada curral emoldurando a linda e hoje turbulenta Belo Horizonte começou minha historia de amor mais perfeita, forjada no itabirito, minério de ferro e fundida para sempre no meu coração.

Foi entre montanhas que estudei a geografia, foi ali em cada pedra daquele caminho que conheci minha sina. Sina de educador, geógrafo um pouco poeta e com alguma pretensão de escritor.
Eu não vi o mar eu vi a montanha, ela é calma, às vezes verde as vezes árida, eu não vi o mar eu vi a serra, ela é sinuosa, sobe e desce as vezes desce e sobe, eu não sinto o mar eu sinto a rocha, granítica, gnaisse ou metamórfica, eu não vi o mar e seu litoral eu minha terra seus sertões e vales, o jequi, o doce e o mucuri, eu não ouvi o mar eu ouvi o rugido da grota, da chuva que desce pelo monte e lava a encosta.
Eu não sou o mar eu sou a montanha e suas entranhas, ouro, ferro, diamante, Nava, Drummond, Clube da Esquina, Sabino, Sanjo....É assim sou 100% minas dos campos gerais.
Rafa Bueno - Maceió 05-06-2010

Um comentário:

Miro disse...

Brilhante, Rafão.