Caso perguntem


Se perguntarem a causa de minha morte
Respondam, com todo zelo,
Foi mais um suicídio.
Um suicídio muito doloroso,
Bastante lento e ironicamente normal.
Não foi direto
Como um pulo do 14º andar,
Um tiro no rosto,
Ou a ingestão de qualquer veneno para pequenos roedores.
Na verdade, há tempos, tento dar um fim a minha vida.
Ao sair de casa e atravessar a rua só posso estar tentando suicídio.
A minha atitude de apenas escrever e falar é o meu veneno de rato.
A discussão tola, exercício para a mente,sobre os problemas que me cercam são os nós da corda que espera o meu pescoço.
Apenas aqueles que não enxergam que tudo não passa de ferramentas para suicídio
São assassinados, pobres coitado.
A culpa da minha morte e toda minha.
Fechem o tribunal para condenação, ninguém é culpado e muito menos capaz de julgar o meu erro, apenas eu.
A minha vida está na roleta russa da vida.
Seja por um tiro,
Por um automóvel guiado por um filho de família nobre,
Ou quem sabe empurrado por uma exemplar dona de casa.
Nil Karamázovi

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