DESACALANTO


Não quero me afogar no seu chiclete

Ser peixe em riachinho de maquete

No pré-natal do antinascimento

Amor pesado tanto que aguento

Da cavidade vascularizada

Tifóide é a febre que me leva ao nada

De pacto em cactus em refrigerantes

Descalço, salto, assalto, assaltantes!

Vovô tá acessando a internet

Vovó escaneou - save in diskette

Lá perto a guerra entra em movimento

Islã sem lã, sem céu, sem firmamento

A Terra surda e muda e mal tratada

A boca beija e cospe e tão calada

Na rádio soa um som igual a antes

Inscrevo em folhas brancas verdejantes...

E agora?

É hora de ir embora, sim, senhora!

Lá fora a flora cora sem demora

Sensores dos motores vão parar!

Por ora, a nora não namora nem vigora

A aurora chora e mora vida afora

Em nós a voz que cala é a de falar!



Danilo Meiras

Um comentário:

Paulo César Guimarães disse...

quem quer manter a ordem? quem quer criar desordem????