Construção










Um pedaço de cada lugar

Forma esse mosaico alto e magrelo,

Míope e angustiado.

De um sorriso feliz amarelado.




O sol do Guaíba,

O pé na grama do parcão,

As curvas da 101,

O rendimento na Redenção.




Mosaico de 1/4 de século

Não se reconhece num único lugar.

Pura vertigem no seu lugar de origem.




A construção deste mosaico é tão ligeira

Quanto o diafragma da máquina fotográfica.

Mansa e devagar como as àguas do Douro,

Tão pesada quanto o sotaque dos Minhotos,



Tão mecanizada como o deserto verde do Centro-Oeste,

Firme como as casas de vareta do caminho Madeira-Mamoré,

Ondulada como as Gerais,

Profunda como o rio Paraguai.


Paradoxal como o 021,

Lotada como a São Paulo cosmopolitada,

Sem pressa como uns violões em Almenara.




De Blumenau a Belo Horizonte
Do ABC ao Triângulo
Da Bolívia ao Uruguai
Dos Lisboetas (ou Alfacinhas?) aos Portistas (ou Tripeiros?)
Celtas e Romanos
De Braga a Guimarães
De Diamantina a São José do Paraopeba.




A certeza é que é sempre mais dificil dizer adeus quando não há nada mais pra se dizer.






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Miro Jones, Hoje é segunda-feira, segundas mornas intenções.


"Hoje é dia da festa de Santo reis" - Parabéns Tim Maia.


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