Meus primeiros sinais da Geografia



Eu tinha 8 anos.
Meu irmão acordava cedo para ir à escola. Na altura ele estava na 5ª ou 7ª série.
Eu estudava no turno da tarde mas acordava junto com ele só para ver o nascer do sol.
Adorava olhar da janela da sala a serra da Piedade e aquela luz meio alaranjada saindo por de trás das curvas do horizonte.
Esta alegre rotina permaneceu até a escola se tornar um martírio.
A escola nos é agradável naquele momento da nossa vida em que só vamos para colorir, brincar e merendar. Quando o professor vem com aquele papo de que "o mundo lá fora não é de se brincar", "o mercado é cruel", "se continuarem assim vocês não serão ninguém" é o fim da escola.
Passei a ter preguiça de acordar cedo e ver o sol nascer, afinal na escola ninguém me perguntava se era bonito ou não a luz do sol logo de manhã, e sim "já sabe a tabuada do 8 e do 9?" (até hoje apanho dessas).

Pelo menos naquelas manhãs, em que eu via o sol nascer, eu descobri que não era apenas na escola que eu iria aprender.
E eu já assustava meus pais e professores com essa percepção de educação não-escolar.

.

.

.

Hoje é segunda-feira, segundas mornas intenções.



Miro Jones.

Nenhum comentário: