
Dizem os contadores:
A Bela Adormecida despertou-se...
Coberta por uma espessa camada de poeira
Com sinistras teias de aranha nos cabelos ruivos
Estraçalhados num primeiro movimento
Infelizes camadas de poeira
Sempre invadem as habitações terrestres
As mancham uniformemente
Dispondo os sótãos
E os velhos quartos para a entrada dos assombros
Dos fantasmas
Das larvas
Que o odor carcomido da velha poeira substancia e embriaga
E as jovens gordas se armam com um grande espanador
Mesmo um aspirador de pó a cada manhã
Elas contribuem
Assim como os sábios mais otimistas
Que afastam os fantasmas malfeitores
Que intimidaram a adequação e a lógica
Dia ou outro, a poeira
Porque persiste
Porque alcançará os empregados
Porque invadirá imensos escombros abandonados, docas desertas
Porque não restará mais nada para salvar dos terrores noturnos
Daí termos nos tornado tão grandes contadores
Danilo Meiras
3 comentários:
Se tenho a poeira como companheira
faço da poeira meu camarada...
vieste do pó ao pó has de voltar
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