Trajetória

Surrupiaram meus sonhos e sigo sem ao menos um pesadelo que me assuste.
Como prosseguir, sem medos e sem desejos quiméricos
Surrupiaram um tempo em que meu coração se enchia de nostalgia...
Do que não vivi
Do que não comi
Do que não senti
Das coisas que nem lembro e que estão na minha lembrança
Que meu coração resgate os fragmentos dessas memorias tão abençoadas
Juntando cada pedaço, cada trapo destes tempos já rotos e amarrotados
Quem sabe assim como uma organizada solitária que já não pensa mais em vencer
como uma antítese das pessoas que vencem na vida sempre
como uma forma de paganismo frente ao clero e a necessidade de oração
como um paradoxo de toda essa certeza e de toda essas responsabilidades
Eu possa forma a bandeira daquilo que insiste em se fazer em mim...
Como conseguir romper com laços e correntes que arrasto por toda essa sucessão na carne
sublimar a minha essência e servi como o ultimo de todos
servir com paciência e resignação como o imolado da cruz
suportar cada pancada de chuva e vento e suportar o peso de tudo como o alicerce paciente
Sem lagrimas e lamentações
Ser forte nas lutas internas que travamos
Ainda cairei nessa via tão dolorosa da terra
Ainda errarei tentando acertar naquilo que minha fé ajudar
Sabendo que sempre existe a luz para nos indicar o rumo
a bussola moral com que hoje tenho tido contato
Precisarei ainda de tempo, do qual não gozo
e Rogarei sem demora a misericórdia do Pai e quem sabe
um dia
daqui a milhares de anos
essa luz bendita não emane da minha própria alma
Porque hoje caminho ainda palmilhando antigos caminhos viciados..


Rafael Bueno - Contando as Geografias da Alma - 27/06/2014

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