Rio

Há anos entrei pela primeira vez naquele rio
era um enorme desejo de mergulhar naquelas doces águas
O melhor rio que podia existir na minha frente
Mas a coragem permitiu apenas molhar os pés...


A imagem daquelas águas eu nunca esqueci
pensei até que era lembrança passageira,
coisa de quem pouco mergulhou
e logo encontraria outro rio...


E tantos foram os rios que encontrei
Correntezas fortes, rios lentos,
nascentes e rios artificiais
nunca mais um rio como esse


Estou aqui de novo, olhando para ele
vendo o meu reflexo nele, como antes
desafiado e desafiando aquelas águas doce
“ninguém entra no mesmo rio por duas vezes”


Prendi a respiração e mergulhei fundo
Sem saber o que há no fundo
Pedras, chão, sonhos ou nada
O medo agora é de voltar a realidade

Paulo César Garro
Terças nem sempre insanas... grandes terças...