Pierrot Molhado...

A chuva vem, e cada gota é sentida como cada vez que estive a pensar naquele sorriso...
A chuva é passageira como o sentimento também é...Passa, passa e passa... As vezes não passa, as vezes passa lentamente, as vezes passa em segundos...
Pode ser que passe por dias, pode ser que passe apenas em horas... Mas a chuva ainda pode voltar a cair... Seria melhor então se resguardar sob um teto firme?
A chuva que molha o rosto, é a mesma que limpa aquele rosto, que já esteve molhado por lagrimas, esfria o corpo como tantas vezes se rendeu aos calafrios só em pensar naqueles olhos tão vivos, lava a alma como numa desforra de todos aqueles sentimentos que não servem de nada se não existir pelos dois...
Essa chuva quando não é balanceada se transforma, impossibilitada de fugir do clichê, em vírus e torna-se agente em nosso peito, mais além do que devia...
As cores do carnaval em contraste com o cinza das nuvens da chuva me faz pensar se a segurança pode ser melhor do que incerteza...
O carnaval sempre deixa lembranças e atormenta aqueles que se rendem a intempérie e não vão às ruas... Como se não tivéssemos mais a chance de reviver o carnaval de anos atrás, aquele romance de verão, esquentando as ruas e esquinas daquela cidade morna...
Mesmo que esse carnaval tenha sido temporão... Com seu tempo-espaço em contradição...

Paulo César Garro
Terças nem sempre insanas... Um pierrot apaixonado como sempre deve ser...

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