Vovô Antônio.





Meu neto, senta aqui. Vou te contar.

Desde pequeno eu trabalhava na roça com meu pai, seu bisavô.
E por isso eu sempre chegava atrasado na escola.
Quando isso acontecia eu já sabia que a palmatória me esperava.
O professor pegava minha mão assim, eu olhava para o lado e fechava os olhos! A turma toda se amendrontava...temia no próximo dia ser um deles a vítima daquele instrumento.
Mas foi num dia desses, pós palmatória, voltando para casa que vi algo incrível.
Era um pássaro de metal, enorme, voando, fazendo barulho e soltando fumaça.
Não pensei duas vezes: escondi atrás da moita e fiquei ali vendo o bichão desaparecer no céu.
O tempo foi passando e passei a reecontrar esse pássaro por aí mais vezes e ele ficou comum para mim: é um transporte, igual a um carro, trem, bicicleta.

Bom é quando somos criança e tudo ainda é misterioso.




Seu Antônio Nasceu em 1903 e morreu em 1993.
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M.
Hoje é segunda-feira, segundas mornas intenções.

Um comentário:

Toni Meiras disse...

Por que carros e aviões, se tem sonhos e pernas?