Uma cerveja, uma cachaça e um pedaço de frango frito, por favor!


Eis o banquete apreciado ao fim do expediente,
Num momento mágico e simples, ou melhor apenas simples,
antes de retornar ao lar.
Direi que ali ele, aparentemente, tem a voz ativa, pois outros como ele o escuta,
E palpitam sobre os assuntos dialogados;
Salário, dificuldades na vida e no emprego, amor a Deus (senhor maior, é católico?),
Futebol,mas é claro não se pode ficar ali sem comentar algo sobre o esporte das multidões.
Assassinatos em São Paulo, lugar distante, coisas exclusivas da TV.
Assassinato na rua próxima de casa, é o medo que bate a porta.
Aposentadoria, hoje não tardia, o desejo de morar no interior.
A mulher companheira é lembrada,
Mas mencionada rapidamente.
O filho distante é lamentado, brigas e rebeldia, coisa de adolescente.
Toda essa novela real finda junto com
Uma cerveja, uma cachaça e um pedaço de frango frito,
Que aliás,” quanto deu aqui moço?”
“R$ 5,80!”
“Tome 6 e fique com o troco."
Nada de ironia, ou menosprezo,em relação ao troco,
Apenas simplicidade, daqueles que pouco tem a oferecer, apenas isso.
E foi embora.


Nil Karamázovi

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