
Secos & Molhados foi uma banda além do seu tempo. Idealizada no fim dos anos sessenta e despontada no começo dos setenta, João Ricardo, Gerson Conrad e Ney Matogrosso deram à banda uma formação clássica e cheia de clássicos: "Sangue Latino", "O Vira" e "Rosa de Hiroshima" estão nas rádios até hoje. A capa de seu disco de estreia é reverenciada como melhor capa de todos os tempos no Brasil em estudo feito pelo jornal Folha de São Paulo.
Como todo grupo dos anos de chumbo, Secos & Molhados viveu sob a mão de ferro da ditadura. E, também, como quase todo artista daquela época, era contra a censura violenta dos generais brasileiros. Generais que mandavam matar e/ou torturar todos comunistas que encontravam no caminho. Ordem seguida ao pé-da-letra pela polícia e guardas que botavam a pátria nas pontas dos cassetetes.
Logo, João Ricardo, um português arretado e calejado da terra de Calabar, resolveu contar esta história colocando a comicidade de uma expressão popular brasileira, o "assim assado":
Um homem idoso caminha de madrugada e é encontrado pelo Guarda Belo (do Manda-Chuva) que identifica cor do velho e resolve matá-lo porque não acredita em tal cor. Ou seja, o Guarda Belo age de acordo com o status quo ("porque é preciso ser assim assado") e elimina um senhor que porta uma cor suspeita, que não é especificada, mas deduz-se que pode ser o vermelho, que simboliza o comunismo.
Com uma melodia peculiar, uma sonoridade riquíssima e um ritmo que não se enquadra em nenhum movimento, a música passou e a banda se divertia e nos divertia(diverte até hoje!) imensamente, assim assim.
Como todo grupo dos anos de chumbo, Secos & Molhados viveu sob a mão de ferro da ditadura. E, também, como quase todo artista daquela época, era contra a censura violenta dos generais brasileiros. Generais que mandavam matar e/ou torturar todos comunistas que encontravam no caminho. Ordem seguida ao pé-da-letra pela polícia e guardas que botavam a pátria nas pontas dos cassetetes.
Logo, João Ricardo, um português arretado e calejado da terra de Calabar, resolveu contar esta história colocando a comicidade de uma expressão popular brasileira, o "assim assado":
Um homem idoso caminha de madrugada e é encontrado pelo Guarda Belo (do Manda-Chuva) que identifica cor do velho e resolve matá-lo porque não acredita em tal cor. Ou seja, o Guarda Belo age de acordo com o status quo ("porque é preciso ser assim assado") e elimina um senhor que porta uma cor suspeita, que não é especificada, mas deduz-se que pode ser o vermelho, que simboliza o comunismo.
Com uma melodia peculiar, uma sonoridade riquíssima e um ritmo que não se enquadra em nenhum movimento, a música passou e a banda se divertia e nos divertia(diverte até hoje!) imensamente, assim assim.
ASSIM ASSADO
João Ricardo/Paulinho Mendonça
São duas horas da madrugada de um dia assim
Um velho anda de terno velho assim assim
Quando aparece o Guarda Belo
É posto em cena fazendo cena um treco assim
Bem apontado nariz chato assim assim
Quando aparece a cor do velho
Mas Guarda Belo não acredita na cor assim
Ele decide o terno velho assim assim
Porque ele quer o velho assado
Mas mesmo assim o velho morre assim assim
E o Guarda Belo é o herói assim assado
Porque é preciso ser assim assado
João Ricardo/Paulinho Mendonça
São duas horas da madrugada de um dia assim
Um velho anda de terno velho assim assim
Quando aparece o Guarda Belo
É posto em cena fazendo cena um treco assim
Bem apontado nariz chato assim assim
Quando aparece a cor do velho
Mas Guarda Belo não acredita na cor assim
Ele decide o terno velho assim assim
Porque ele quer o velho assado
Mas mesmo assim o velho morre assim assim
E o Guarda Belo é o herói assim assado
Porque é preciso ser assim assado
Danilo Meiras
Nenhum comentário:
Postar um comentário