Por fim veio o silêncio mais profundo
que a casa de sete palmos, embaixo da terra.
Era um sonho, delírio de moribundo,
Mais aterrorizante que as últimas Quimeras.
Medo do silêncio e de ser apenas um apanhado, perfeito,
De músculos e nervos num objetivo em comum.
Medo do nunca mais.
A minha juventude que nada entende, apenas teme o incerto,
E assim se serve de doutrinas religiosas,
Folhetos de milagres
E cartas de além vida,
tal como sirvo o almoço.
Cada dia algo me convém,
Mas o temor do desaparecimento total não me larga,
Por enquanto.
Eu morto, decomposto e nada mais, lá,
E todos os outros amigos vivendo, cá.
Solidão pior que essa, possivelmente, não há.
Nil Karamázovi
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