Não sei se é realidade ou ficção, mas certamente é uma história espetacular de Oswaldo Montenegro. Cantor, compositor, autor teatral e diretor musical, Oswaldo é tudo isso e muito mais. Criador de melodias lindíssimas e dono de uma voz de encher os ouvidos.
É a história de sete jovens da quase adolescente Brasília, Planalto Central, no começo dos anos 70, sob os conflitos da juventude e da situação do Brasil. Todos eles a fim de viver de teatro na época da ditadura - sonhos pra no real achar seu lugar. Entre eles, Léo e Bia.
Léo era o líder de um grupo que fazia da arte uma forma de contestação, e que buscava, de forma coletiva, concretizar os sonhos em meio às alegrias e tristezas do bando. Bando que contava com Bia, desejo amoroso de Léo, desejo amoroso de Bia.
Bia e Léo viviam sempre juntos e se amavam cada dia mais. Porém, numa época vivida sob o medo, a mãe de Bia temia pelo bem da filha junto ao grupo, e, em especial, junto ao Léo. Como se a própria genitora fosse a mão de ferro da opressão, Bia se vê isolada, à revelia da mãe, dos amigos, profissão, escola e religião. Bia sofre uma pressão danada e se muda pra Belém do Pará, longe do amor, longe dos sonhos, como se houvesse faca no ar.
O medo da mãe era da ditadura ou era do sonho de Bia? E o pior para Bia foi sofrer a opressão da ditadura ou da própria mãe?
Mas voltando ao começo do texto, Oswaldo foi enigmático quanto a realidade da história: “Algumas coisas que estão no filme eu vivi, outras me contaram ou inventei...”
Léo e Bia
Oswaldo Montenegro
No centro de um planalto vazio
Como se fosse em qualquer lugar
Como se a vida fosse um perigo
Como se houvesse faca no ar
Como se fosse urgente e preciso
Como é preciso desabafar
Qualquer maneira de amar varia
E Léo e Bia souberam amar
Como se não fosse tão longe
Brasília de Belém do Pará
Como castelos nascem dos sonhos
Pra no real achar seu lugar
Como se faz com todo cuidado
A pipa que precisa voar
Cuidar de amor exige mestria
E Léo e Bia souberam amar
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