Causos da MPB - descobrindo o Pantanal


Paulo Simões é um violeiro típico do Pantanal. Daqueles que contam causos e têm medo de onça. Amigo e parceiro de muita gente boa, tais como Almir Sater e Sérgio Reis.

No começo dos anos 80, Simões e Sater estavam numa varanda no Mato Grosso do Sul olhando o por-do-sol, jogando conversa fora e resolveram atiçar um velho morador do Pantanal com perguntas relativas à região pantaneira. Esse velho conhecia tudo! Lugares que os dois violeiros ainda nem tinham ouvido falar.

Então, Simões (o mais animado) e Sater resolveram montar um tipo de comitiva a fim de "descobrir" aquele pedaço de chão tão bonito e rico em todos os sentidos. Chamaram mais dois aventureiros, montaram em seus cavalos, aboiaram o berrante, câmara na mão e ficaram de novembro de 83 a janeiro de 84 registrando tudo que encontravam pela frente. Além de fazerem algumas preciosas músicas.

A Bacia da Prata estava, enfim, contabilizada. E os artistas puderam mostrar ao velho pantaneiro das varandas sul-matogrossenses que também conheciam Piqueri, Nhecolândia e Corumbá.

Paulo Simões e Almir Sater deram à comitiva um nome, Esperança. E, por ela, fizeram uma belíssima canção homônima que foi um dos maiores sucessos de uma das melhores novelas que a televisão brasileira já gravou, Pantanal.

COMITIVA ESPERANÇA
Paulo Simões / Almir Sater

Nossa viagem não é ligeira, ninguém tem pressa de chegar
A nossa estrada, é boiadeira, não interessa onde vai dar
Onde a Comitiva Esperança, chega já começa a festança
Através do Rio Negro, Nhecolândia e Paiaguás
Vai descendo o Piqueri, o São Lourenço e o Paraguai

Tá de passagem, abre a porteira, conforme for pra pernoitar
Se a gente é boa, hospitaleira, a Comitiva vai tocar
Moda ligeira, que é uma doideira, assanha o povo e faz dançar
Oh moda lenta que faz sonhar
Onde a Comitiva Esperança chega já começa a festança
Através do Rio Negro, Nhecolândia e Paiaguás
Vai descendo o Piqueri, o São Lourênço e o Paraguai
Ê, tempo bom que tava por lá,
Nem vontade de regressar
Só vortemo eu vô confessar
É que as águas chegaram em Janeiro, deslocamos um barco ligeiro
Fomos pra Corumbá

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