
E lá estava ele estirado no caixão, com a mesa posta para o banquete que iria se iniciar. Olhava para seu corpo ali inerte a espera de ser consumido por condolências e pêsames, não tinha mais ninguém da família, apenas uns poucos amigos, que ele mesmo duvidava se realmente lhe consideravam assim.
Seu espírito pairava diante do cenário fúnebre e procurava entender qual o significado daquele momento, já que não possuía ninguém de seu verdadeiro afeto ali naquele recinto.
Tudo ali soava como uma farsa, seria sua própria morte mais um joguete da grande farsa que foi sua vida até aquele momento. Enquanto carpideiras de plantão choravam sobre aquele corpo desconhecido, sua alma viajou tentando reconstruir as memorias vividas dentro daquele invólucro de carbono.
Rafael Bueno - O Contador de Geografias - de volta......
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