Na Madruga

O som que ouço nessa madugrada de novembro não é o silêncio, é algo muito mais aterrador que isso. Na rua eles correm, derrapam cantam com os pneus. As luzes dessa madrugada são as do giroflex do carro da PM. Viatura a espera de mais uma madrugada urbana. Onde foi parar o doce silêncio da madrugada, dizem que até ele, o coisa ruim, não sai mais as três da madrugada. De certo a concorrência tá acirrada.

Nem aquele friozinho tem mais, hoje as baladas são quentes, não se escutam as serenatas, não se conquistam mais as amadas não existem mais madrugadas. O pobre bêbado equilibrista, deu lugar ao viciado sempre tem uma pedrinha e logo mais uma carreirinha e isso tudo "baseado" em fatos triviais do nosso torpe cotidiano urbano.


Rafael Bueno - Contando as Geografias da vida -

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