Quem constrói a ponte não conhece o lado de lá.




Esforce-se o máximo que puder pra diminuir as distâncias geográficas das pessoas que você gosta. E esforce-se muito mesmo pra eternizar-se na existências das pessoas.

Num é uma frase de efeito não, é verdade.
Pelo menos a minha verdade.



A primeira sensação de que esta temporada longe de casa seria inesquecível foi me deparar com a vista mais bonita que tive na minha vida, logo ao decolar de Belo Horizonte.





O pôr do sol, visto de cima das nuvens.




...e a gente vai caminhando, caminhando...
Construindo pontes, viadutos, passarelas...
Encontrando e desencontrando, sempre.
Quantas vezes eu ouvi dizer que "a vida é um encontro"?
Quando eu disse que "também é um desencontro" me corrigiram:

"Não, ô pá...é apenas um encontro. O desencontro também é um encontro, tás a perceber?"


Aqui fui vários de mim:

Brazuca, Zuca, Mineiro, Bezerra da Silva, Coração, Wey, Cabrón, Pá, 'the ever smiling man', 'Una machietta'.


Encontrei tanta gente com potencial, e que sabia disso mas que não percebia e não se importava.

Encontrei tanta gente com potencial, e que não sabia disso.

Encontrei tanta gente com alma vibrante, cativante...que nos faz repensar tudo.

Encontrei tanta ignorância e gente que acha que tem o Rei na barriga.

Encontrei tanto estereótipo, e tanta gente que se afastava de mim por me achar ridículo.

Fiz tantos amigos que adoram meu jeito ridículo de ser.

Que delícia é ser ridículo.

Dançar ridículamente.

Gargalhar ridículamente.

Andar ridículamente.

Se ser ridículo atrai gente boa e afasta as ruins, ser ridículo então é o máximo.

Fui eu mesmo, dançando, cantando, falando, comigo mesmo.
Sinceridade comigo mesmo.

Ah, como os rituais de beber um fino, um shot ficam na memória!!


"E se o Miro quer ser da nossa malta,
Tem que beber esse copo até o fim (até o fim)
E vai em cima, vai em baixo e vai ao centro
E bota a baixo, bota a baixo, a baixo.
E o Miro já é da nossa Malta..."


E a ponte vai sendo construída.
E a gente nunca sabe o que nos espera no fim.

Mas a gente vai se surpreendendo.
O coração repica feito bateria na avenida em mês de fevereiro.

A gente percebe que está realmente longe quando entramos na internet, liga para um amigo, família só pra ouvir aquele sotaque.

O sotaque foi um problema. Que saudade de dizer "uai", "sô" e afins.

Sotaque híbrido.
Comecei brincando...falando um "pá" aqui, um "fogo" ali, um "tá-se bem" acolá.

Depois veio a amizade com o mexicano e..."que onda, wey?" aqui, "que pedo cabrón!" ali, e "puta alcool" acolá.

Depois veio a amizade com os espanhóis e... "capullo" aqui, "pero que si" aqui e "que tal?" acolá.

Depois veio a amizade com os italianos e...falar cantando no final, "Catzo", "Cáspita", "Catzarola".



E assim a ponte foi sendo construída.

Os meus dias foram como eu sempre quis: Os mais felizes e os mais tristes.
Cara e coroa.
50% pra cada lado.
Muita certeza e muita dúvida.

Aquela história de "o que importa é a estrada e não que se encontra no fim dela" talvez seja verdade.

Assim a ponte vai sendo construída.

Saudade passou a ter significado.
Saudade de gosto, cheiro, peso e forma.
Saudade de sons.

Saudade docês!

Até domingo, em carne e osso.
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Hoje é segunda-feira, segundas mornas intenções


Terça - feira é a cara do PC: Aquela coçadinha na nuca após a segunda-feira do tipo "ufa".
Quarta-feira é a cara do Dan: O meio termo, o alto da motanha, resquícios da segunda-feira ressacada e de olho na sexta.
Quinta-feira é a cara do Rafa: Rapaz esperançoso, vibrante, do tipo "vem ni mim sexta-feira"
Sexta-feira é a cara do Danilão: Hoje é sexta-feira, dia de golo e violão.


Pensem nisso.



Miro Jones.

Um comentário:

Toni Meiras disse...

Penso sempre nisso...