Na rua éramos profissionais


Ali na rua o asfalto se fez campo
as velhas havaianas se metamorfosearam em traves
Meio fio delimita a linha lateral, calçada vira arquibancada
É dia de clássico, rua de baixo contra rua de cima, não é uma peladinha
amistoso, gol só se for dentro da área.
Cal? Pra quê, risca com tijolo mesmo



Escalação é feita ali na hora, na base da sorte...
Convoca no par ou impar, Eu quero o Elias e eu o Zé
Meninos põem de lado o calçado e seus pés são agora chuteiras
Saída do meio, para olha o carro...
A rua vira o estádio...de repente a “difora” é minha...



Lá vai ele na pequena área gol??não a bola passa não por cima...
mas em cima da trave..discussão..torcida invade, briga..socos chutes...
o futebol recomeça



Asfalto queima os pés...Mas lembranças queimam o coração de saudade
Uns tantos tampão de dedão, um braço quebrado..
Cadê a velha e boa pelada da rua...onde estão os meninos??
Rafael Bueno (perna de pau)...em algum momento da década de 1990

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