Quem come sabe que tem fome? Penso que somos frágeis presas do fast food da modernidade, comemos tudo o tempo todo e não tem espaço para a inteligência da fome. Não dá tempo de sentir nem o gosto daquele filme já vem outra estréia de sucesso, nem bem começamos a degustar as paginas do livro já surge o novo bestseller a liderar o topo da lista dos mais vendidos, em alguns casos ainda nem sentimos o gosto do beijo e já queremos outra boca, outro parceiro. Tudo muito descartável sem retorno, assim como as garrafas pet são os relacionamentos entre as pessoas, não a nada de retornável nada que realmente preencha o recipiente vazio.Vivemos na doce ilusão do individuo como o mais importante, embora ao longo de boa parte da nossa trajetória no orbe celeste buscamos constituir família ou de alguma forma constituir grupos, mesmo hoje no “mundo virtual”, nos orkuts e similares fazemos parte de grupos e procuramos “amigos”, de forma muito superficial é verdade. Resta ainda um pouco de bom senso e sobra muito em nós de egoísmo. Estamos oprimidos por nossa própria falta de coletividade, criamos as propriedades privadas, parcelamos o planeta e vendemos nos transformamos em dono de algo que não é nosso, ou seja, somos criminosos, grileiros da Terra cada um de nós que possuir nem que sejam alguns míseros metros quadrados desse grande latifúndio.
Doce ilusão essa a da propriedade privada, nada é nosso aqui nessa densidade toda, o que temos de nosso são só nossas almas, nem esse corpo nos pertence, pois quando ele morre volta para o sistema do qual nunca saiu ele simplesmente retorna para a coletividade do sistema chamado vida, o qual insistimos em nos colocarmos a parte. È tudo muito ilusório e transitório na trajetória humana, vivemos do efêmero e do supérfluo e achamos que isso é o que importa. Nascemos e ao longo da nossa infância somos adestrados a encarar o mundo de forma tosca, brincamos de trabalhar, ensaiamos as profissões que serão nossa prisão na maior parte do tempo. Rezamos à cartilha do trabalho, da competição e do sucesso e esquecemos simplesmente dos nossos sonhos e deveres frente à coletividade da vida no orbe.
Onde nos perdemos na historia humana? Ou melhor, quando iremos nos encontrar na historia coletiva do sistema vida? Quando realmente encontraremos a superioridade da evolução quanta espécie? Porque questionamos ainda a existência de algo superior? Qual o tamanho e a realidade da fé?
Rafael Bueno 18/06/2009
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