Que imagem você vê no céu.




Alguns Demônios vestem farda, em nome da ordem, justiça e soberania nacional. Por décadas muitos jovens lutaram para exorcizar os demônios, expurgar os que estavam no poder a pretexto de livrar todo um país de certo demônio comunista, e tornar nossa pátria um pedacinho do céu azul, vermelho e cheinho de estrelas do capitalismo e exaltar o deus mercado.


Por anos escutamos a valentia e coragem de estudantes que lutaram contra as fardas das três armas nacionais, não só eles, mas uma falange de intelectuais, artistas e os movimentos sociais, principalmente sindicalistas e trabalhadores sem terra. Marcharam, Gritaram, Sangraram e morreram, alguns extraditados.


Não vi a luta pelo fim da ditadura e isso de certa forma me deixa nostálgico, queria ter feito a diferença. Olhando o passado será que ficamos livres da ditadura e da repressão. Muitos de nossos irmãos não estão ainda sendo espoliados, expulsos de suas terras, casas e cidades. Quantos de nossos semelhantes vagam pelas ruas das nossas metrópoles, invisíveis reivindicando migalhas de dignidade.


De que valeu a abertura política se os coronéis ainda imperam no poder legislativo, de valeu a luta se o ideal revolucionário morreu, de adiantou botar o bloco na rua e gritar se o capital venceu e nós todos nós sem exceção cultuamos o valor do que temos não do que somos.

Urge mudarmos a maneira de enxergarmos nossas relações cotidianas, no trabalho, em casa, na rua e com as pessoas. Necessitamos exercer o amor ao próximo no mais alto grau, “amai-vos uns aos outros como eu vos amei”, isso para alguns pode ser piegas, mas contém toda uma conduta ética que deveria permear toda nossa existência. Nesse fragmento de idéia não está implícita religião e sim o respeito com tudo que é vivo então cabe para qualquer pessoa até aquelas que não acreditam em algo ou alguém superior.


Amai o seu inimigo, impossível no mar de egoísmo que vivemos, imagine se uma simples instrução de fazer aos outros o que queremos que os outros nos faça já é dificílimo imagine amar um inimigo, perdoar uma ofensa contra agente ou nosso orgulho. Não conseguimos e assim giramos uma roda nefasta de intolerância e maldade. Sussurramos orações repletas de pedidos aos nossos deuses e esquecemos muitas vezes de reparar os erros que cometemos em nossos caminhos diários, não nos desculpamos e muitas vezes estamos certos de que estamos corretos. Pedimos tanto e tão pouco oferece, julgamos tanto os outros e não vemos o quão somos imperfeitos.


Não guardamos a doce lembrança do dia, não observamos o nosso lar, o planeta, a casa, a rua, o bairro, a cidade. Atrasados, sem tempo e sem sensibilidade, não se sonha é perda de tempo e tempo é dinheiro??? Alguns dizem que sim. Para mim o tempo é um retalhador da vida é um maldito quantificador que oprime o homem. Quando criança o tempo não existia, o que existia era o sol e a lua. Não tinha relógio e nem me preocupava com ele afinal tinha toda uma infância para sonhar que falta sinto dos sonhos. Quando tomamos conhecimento do tal tempo o sonho não cabe nas 24 horas, nem mesmo nossas obrigações cabem.

Para finalizar uma perguntinha.

Quantos de vocês param para brincar de descobrir os desenhos que surgem nas nuvens???



Rafael Carvalho de Ávila Bueno 02/05/2006

Um comentário:

Paulo César Guimarães disse...

quantos de nós somos chamados de tolos, de malucos por imaginar que é nas "nuvens" que estão as respostas de todas as perguntas...