Uma revolução por favor

Um bando de homens correndo, esse foi um sonho que tive, uma turba composta de brancos, negros, índios, amarelos, roxos, violetas uma infinidade de cores e gêneros, mas todos gritavam em uma só língua o português. Não esse português culto das acadêmias e reformas ortográficas, gritavam o português tupi-guarani em alto e bom som, eram brasileiros. Eram mais ou menos 190 milhões que clamavam por justiça, acesso aos conhecimentos, redistribuição da renda e pelo fim da nação hipócrita e cheia de moralismos imorais.

Eu, corria junto, gritava também e pela primeira vez existia ali um povo uma nação. Não era copa do mundo, não era nada. Apenas o monstro havia acordado, e estava prestes a romper a corrente que o prendia e avançar contra o seu algoz que por anos e anos a fio o anestesiou com circo e pão, entorpeceu o animal e pensou mesmo que o havia domesticado. Mas não agora ele corria livre juntando os esforços e ideias dispersar pelo solo pátrio, avançava rumo a grande tomada de consciência.
Ao meu lado estavam vocês todos, mesmo aqueles que haviam sucumbido ao mercado, mesmo aqueles de vós que não acreditavam em uma revolução pelo povo, mesmo aqueles que preferiam se omitir. Estávamos ali marchando desenfreadamente em busca do presente que rompe com o passado e transforma isso em arma. Nossa frente de ataque era composta por orquestras e cantores que executavam saraivadas de notas musicais recheadas de protestos, a cavalaria era dominada por poetas e poetisas que incentivavam a marcha com seus sonetos, haikais e versos. Dando apoio pelos flancos avançam os guerreiros dos movimentos sociais, com suas bandeiras protegiam e cantavam a vontade do povo. O povo, esse vinha misturado, rico, cheios de sotaques era a tropa de choque a seguir rumo ao poder e na frente dessa manada quem ia? Ninguém pois ali tudo era uma coisa só a liderança eram todos e a vontade era o amor.
Rafael Bueno

3 comentários:

Danilo Dan disse...

bumbo, violão, pandeiro para animar auditório...

Naiara Oliveira disse...

Quem dera...ainda acredito!

Paulo César disse...

unidos pela arte....