Bons Aliados

Nome de uma música, representação certeira de uma adolescência de poucos amigos, um garoto recluso que em seu mundo podia estar ao lado de quem quisesse, lia e ouvia músicas que o fazia crescer, mesmo que não soubesse o quanto e nem o por que...

Ser humano normal, que igual a tantos, ouvia Raimundos e Charlie Brown. Acho até que a mistura de skatistas e candangos foi muito pouco explorada, ao menos por um garoto que em seu quarto fundia letras e músicas de duas bandas em coisas únicas, e enquanto outros já liam Pessoas e ouviam chorinhos, ele lia Raimundos e ouvia Chorão...

Não cabe a discussão de quem foi melhor, juntos eles foram os melhores. Gosto não se discute, e paciência.

Dirão que existiram ou existem melhores, que ainda existirão, mas essa é a minha história e a música, como a poesia, só faz sentido se servir à realidade e ao que foi experimentado por cada um.

Não sei se ainda escuto por gostar das músicas ou por gostar das lembranças que esse som remete. Escracho, humor puro, manifesto, rebeldia sem causa, “romances”, vida feliz ao lado daqueles que diziam aquilo que era preciso escutar... E mais ninguém por perto.

Quando sozinho, quem me fazia companhia eram eles, letras e músicas, pouco me importando o que cada um deles se tornou, um mercenário, um pastor, piores ou melhores que fulano, cada um seguiu a sua vida e eu segui a minha, nunca esquecendo de quem esteve ao meu lado...

Mesmo que eu não estivesse ao lado deles, assim foi e vai ser a vida inteira, nem sempre aqueles que nós estamos ao lado estão do nosso lado também, seja amigo, seja amor, seja família, cabe a cada um conhecer e reconhecer as partes que compõe a sua vida.