Negro Monte


...eu achava que tamanho tinha a ver com poesia
...que se encanta mais com a rede que com o mar
...nossa geração não quer sonhar
...como se faz com todo cuidado a pipa que precisa voar
...chama cabeça de cuca e arranha um violão
...a flauta nunca pede permissão pra pontear
...nem um ponto de vista vai ser ponto final
...pelo gol nunca alcançado
...é a solidão dos bares que a gente frequenta
...só me fantasio do que venho a ser
...na foto passada ou no espelho de agora
...seja uma flor ou seja alguém na flor da idade
...quem quiser que faça o velho jogo da política na sifilítica maneira de pensar
...que Deus cante em tudo e que não fique mudo, morto em mil catedrais
...pelos poros elimina-se o que o corpo não precisa
...como um par - o vento e a madrugada
...mas o vento não traz resposta, acabou
...como sem licença o sol rompe a barra da noite sem pedir perdão
...rasgar a noite escura como um lampião
...o sol alucinado penetra a nuvem que chora
...em plena manhã de domingo
...com a devoção natural dos deuses, dos animais
...mas sempre não é todo dia
...vou contagiar diversos corações com minha euforia
...e é feitiçaria como a gente ria gargalhando do bem e do mal
...muito defeito pra ser amor
...mas só o amor é que é fatal
...cuidar de amor exige mestria
...se o adeus demora, a dor no coração se expande
...é como o gozo vir depois do amor
...porque metade de mim é amor, e a outra metade também
*A Sexta de Pão felicita Oswaldo pelo aniversário de domingo
Danilo Meiras

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