Eu sou novo e com certeza não vi muita coisa de futebol, vi o Alex talento azul, que fazia o que queria com a bola e vi esse menino dentuço. Ele namorava uma menina em um bairro próximo ao meu, ia para os treinos de havaianas (uma amarela e uma azul), tinha dentes grandes e tortos, características que o fazia simples demais para um jogador de futebol. Tinha fome...Inesquecível o dia em que meu pai me levou de geral só para ver de perto o menino que jogava bola igual a um adulto. Inesquecíveis minutos finais de partida em que o goleiro esqueceu da bola por um instante, que pareceu horas, o menino dentuço pareceu ouvir os gritos que indicavam que tinha uma bola solta na grande área e ele fez o seu 5º gol no jogo.
No jogo da sua despedida ele marcou mais um gol, bem no seu estilo, arrancada forte, drible desconcertante e arremate preciso, saiu logo depois, deu uma volta olímpica com um troféu em mãos e foi ganhar o mundo, e ganhou, duas copas do mundo, três vezes o melhor jogador.
Veio a fama, as mulheres, os escândalos, os diversos times, os dentes acertados apesar de ainda grandes, veio as contusões e os respectivos retornos. Em meio a isso tudo o menino dentuço voltava a brilhar...
Dentro de campo sempre foi imbatível, fora dele um amador, deslumbrado com o mundo descobrira, cometeu erros seguidos típico de um menino pobre, e dentuço que nunca teve nada na vida...
Agora voltou ao Brasil, gordo, com mais escândalos, mais desconfiança, uma nova contusão, um novo retorno mas o menino dentuço ainda voltou a brilhar...
O gol foi do Corinthians, mas dane-se comemorei como se fosse do Brasil ou do Cruzeiro, eu tive a sensação de novamente ver aquele menino dentuço correndo descontrolado como se tivesse feito o primeiro gol de sua carreira. Pulou as placas de publicidade desajeitadamente e foi ao alambrado comemorar com uma parte daqueles loucos que acreditaram que ele ainda poderia ser útil...
O alambrado não suportou, tinha que conter o gordo jogador, a euforia incontida de uma torcida e o peso de uma responsabilidade que somente um fenômeno poderia suportar e ainda sair vitorioso. Pela comemoração ainda acho que ele tem fome...
Foi o seu primeiro no milésimo retorno, pode ter sido o único e pode ser que tenha sido o último, mas ficou claro que, se ele quiser ele vai voltar, quantas vezes for preciso, para provar que os gênios resistem e ainda existem...
Semana que vem eu falo da minha viagem, hoje resolvi fazer homenagem ao melhor da minha geração...
3 comentários:
...pobre menino rico...
...grandioso jogador...
...craque!...
...mas triste...
Derruba tabus, marcas, recordes, alambrados, zagueiros, goleiros, etc...
Canapkis que o diga.
Dos que eu acompanhei a carreira inteira, ele é o melhor.
Mas o melhor, o melhor que vi (apesar de não tê-lo visto no Vaxxcão) foi o baixinho.
Mas na polêmica os dois quase empatam aehuaeuhea...
e se chamar outro brow polêmico desses dois? Aquele com apelido de "animal".
os melhores da nossa geração são melhores que os melhores dessa nova geração.
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