A imaterialidade vai salvar o mundo



Sempre fiquei com a frase "Um dia a beleza vai salvar o mundo", de Dostoiévski, na cabeça.



E hoje descobri que a imaterialidade é uma dessas belezas que podem salvar o mundo.

HOje acordei feliz ao sentir saudade de coisas como:


O som da conversa dos meus sobrinhos logo ao acordar,


O som da minha mãe fazendo café na cozinha,


O som do rádio relógio do meu pai na itatiaia às seis da manhã,


O som escandaloso do meu irmão batendo o portão,


O som das teclas do computador em que meu pai trabalha,


O cheiro do angu com cove e frango cozido,


O cheiro do meu quarto,


O cheiro do café moído na hora na casa dos meus tios,


O som de foguetes e gritos de gol,


Os berros de "truco" no buteco da esquina,



Mas eu seria um mentiroso se dissesse que não sou materialista.


Sou materialista sim!!!


Ai que saudade da minha cama,


Daquela mesa amarela com a propaganda da cerveja,


Do meu mural de fotos,


Dos meus cadernos velhos,


Dos meus livros,


Da cuia do chimarrão que eu ganhei no sul,


Do jacarezinho de geladeira que eu levei do pantanal,


Do porta incenso em formato de palmeira que eu levei da amazônia.





O apego às coisas sensíveis vai salvar o mundo!


Miro Jones

2 comentários:

Danilo Dan disse...

já diriam: A arte é a prova que só a vida não basta...

Paulo César disse...

saudade de um certo violão.. mesmo que toque "bitous" ou los hermanos...