ESCALAÇÃO

Já que domingo agora acontecerá a última rodada do Brasileirão 2008, vou escalar meu time. Nada a ver com esses caras que utilizaram camisas tão importantes quanto fascinantes e não corresponderam nem a um terço do esperado pelos fanáticos torcedores. Muitos pernas-de-pau que tiveram um brilhareco e são convocados até pra Seleção Brasileira.

Meu time é outro. É um time de craque, extraordinariamente craques. Entrarão em campo:

Goleiro – Leminski – Todo grande time começa por um grande goleiro. E pra ser goleiro tem que ser algo mais. Louco, artista ou malandro – Paulo Leminski era os três. O cara defende tudo mesmo estando completamente bêbado, quase sempre ébrio.

Lateral Direito – Patativa – Dono de um fôlego incansável, sobe e desce com a destreza dos maiores gênios mesmo jogando apenas em campos de várzea e somente chutando com um pé. Cruzamentos certeiros e excelente noção de tempo-espaço, uma grande dificuldade em Assaré.

Zagueiro Central – Gessinger – A zaga tem que ser gaúcha. E o beque tem que desarmar, às vezes batendo violentamente, mas com a sutileza dos que sabem armar as jogadas para um possível contra-ataque mortal.

Quarto Zagueiro – Érico – Mais um gaúcho, mas um clássico. Quase não bate nem dá chutão. Apenas rola a bola com a maestria de armador nato. Carrega o sangue da família nos bicos da chuteira e tem um filho que também bate um bolão.

Lateral Esquerdo – Dos Anjos – Infernal, endemoniado, encapetado, magistral. Faz do complicado uma coisa tão simples quanto uma idéia. Joga muito mais avançado, ao gosto dos anjos.

Volante – Belchior – Um médio volante precisa dizer a verdade, por mais que doa. Ainda tem a inteligência de um craque e o toque preciso de um matador, apesar dos poucos acordes. Um gênio da raça.

Meia Direita – Chico – Não só desarma nem só ataca. Faz os dois com a mesma precisão que bebe uma cachaça. É mágico, tanto compõe quanto musica, pois chuta com os dois pés, ao mesmo tempo, inclusive.

Ponta de Lança – Rosa – Um mente tão brilhante tem que armar o time. Deixar todos na cara do gol e ao mesmo tempo inventar as jogadas de ataque. Do início ao fim do jogo há sempre uma interrogação na cabeça do torcedor – o que será que vai sair dele? Sempre sai um lance de outro mundo.

Ponta Direita – Bandeira – Tão arisco quanto uma jaguatirica e tão fabuloso quanto uma garrinchinha. Dribla e chuta com uma precisão lexical. Sempre há esperança no seu jogo maroto, gostoso, capaz de ouvir estrelas.

Centroavante – Raul – O goleador tem que ser alguém do povo. Aclamado, ovacionado, egoísta, um moleque maravilhoso. Faz gols de todas as formas possíveis. Bom posicionamento e inteligência fora do comum. Apronta das suas, mas nada que uma dose de vodca possa resolver.

Ponta Esquerda – Drummond – Se tem uma pedra no caminho, este é o homem certo para driblá-la e eliminá-la do jogo. Também volta pra fechar o meio campo porque detém o raciocínio mais rápido visto em campo. Homem de jogadas simples, bestas, mas essenciais.

E você, como escalaria seu time?

Danilo Meiras