e a casa ficou imensa... as vozes ecoam no silêncio
torturante que somente é interrompido pelo tinir das patas tocando a cerâmica
de forma tão clara que as vezes me confundo entre o real e o imaginário, entre
o que é saudade e o que é a vida seguindo o seu curso natural.
Ainda que eu me esforce e esboce um sorriso tolo e falso, a
dor da distância e da saudade hora ou outra me entregam e as lágrimas escapam.
A nossa última conversa foi naquela sala, momento em que eu
já sabia que o pior estava por vir e deixei bem claro que ele podia seguir o
caminho dele, sabia que ele estava sofrendo pelas dores e se esforçava para
estar comigo, mas eu teria forças para seguir, como estou seguindo, sentido uma
falta danada daquele "cara", mas entendo que o processo dele foi
cumprido... Mesmo assim, isso não me impede de ficar triste de vez em quando.
As patas ainda marcadas na casa suja, os pelos por todos os
cantos, a casinha do lado de fora da casa, as fotos, nada isso traz mais
saudade do que as lembranças das aventuras e desventuras de uma companhia, a
mais constante desses ultimos 6 meses, e o riso e o choro sempre serão pelos
mesmos motivos: alegria e saudade, nem sempre nesta mesma ordem.
Terças nem sempre insanas... As vezes a saudade é tão forte...
Paulo César Garro
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