Um domingo daqueles

Mais um passeio de domingo daqueles
E em cada vão momento eu lembro do café marcado no dia anterior

Entre uma risada e outra fica claro que o pensamento voa
O sorriso amarelo não é o que está sempre naquele rosto...
O amargo do café se transformou em doce lembrança

A carne e a cerveja embriagam as lembranças que beiram alucinações
Que sempre são interrompidas aos sons “oi, ta tudo bem?”
E a resposta não poderia ser outra “Eu poderia morrer agora, estou tão feliz.
Nunca senti isso antes...”
Mas me contento com um “tudo ótimo”

Já senti isso antes, foi diferente, não sei se pior ou melhor e agora revivo tudo novamente...
Como fingir que a vida continua a mesma??
O raio caindo novamente no mesmo lugar...

“ta acontecendo alguma coisa?”
“tanta coisa... deixa estar”
“ce ta estranho...”
“eu to muito feliz, espero dar conta”
“ta falando de estudar, trabalhar?”
“to falando da vida, do fogo, da água e do ar...”

E quando percebem o silencio a certeza de algo diferente é evidente
“depois de tantos anos meu irmão, isso é inacreditável...”
“cuidado pra não atrapalhar a vida de ninguém, quiçá partir um coração...”

Como pode um dia sentado em um bar ser algo tão especial
A conversa do café de ontem ainda me embriaga,
não quero estar sóbrio por toda a vida
O tempo da jeito em tudo, mas ainda não se acertou ao nosso espaço...

Foi tudo como tinha de ser
Um filme sem final feliz... Nem triste
Sem beijo, sem choro, sem festa
O final depende da forma que cada um encara o amor

E se a vida imita o vídeo, é desnecessário dizer sobre o que aconteceu,
Nem deve ser dito, somente deve ser sentido, lembrado, sonhado...
Já que das lembranças que carrego as suas são as melhores

Paulo César Garro
Terças nem sempre insanas... Ainda falta trapos nessa bandeira Humberto...

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