O grande paradigma do mundo hoje é o do capitalismo, que privilegia a competição, o hedonismo e o completo desrespeito sobre as coletividades étnicas, culturais e ambientais. A questão puramente econômica rege a relação do homem com o seu semelhante e do homem com o seu ambiente. É uma verdadeira prostituição onde só interessa o retorno financeiro sendo este na maioria das vezes espúrio, marcado por intensas relações de exploração e maximização dos lucros.
Isso permeia toda a sociedade que se corrompe com uma facilidade incrível, somos incitados a comprar, a competir e a comprar para competir, reproduzimos essa anomalia de comportamento no nosso ciclo familiar, de trabalho e de amigos. Desejamos possuir tudo e todos numa relação doentia que está longe de ser amor no sentido evangélico ( Sentido exemplificado pelo Cristo independente de religião) do termo.
O sistema vigente se apropria de idéias, ícones e lutas que seriam contrario a sua existência e manutenção e transforma tudo em relações comerciais, como por exemplo a sustentabilidade. O mundo precisa buscar a sustentabilidade, ou seja, continuar a produzir e reproduzir as idéias capitalistas e manter as condições de qualidade ambiental e social satisfatória para as presentes e futuras gerações é impossível e é a mentira mais absurda que alguém pode contar.
Há algumas horas participei de uma reunião na Agencia Metropolitana que discutia o problema da destinação dos resíduos da construção civil e de matérias volumosos na RMBH (Região Metropolitana de Belo Horizonte). Estavam presentes representantes de prefeituras, do CETEC, da FEAM e do SINDUSCON, foi nos apresentados os avanços que BH tinha alcançado na questão e as dificuldades em implementar aterros de inerte, usinas de reciclagem de entulho e áreas de tratamento e transbordo, equipamentos estes que seriam de extrema relevância para a qualidade ambiental de nossas cidades e eis que para minha “surpresa” o que impedia a concretização de ações que visassem a implantação e implementação de ações para a redução do impacto desse tipo de resíduo era que não havia viabilidade econômica. Em nenhum momento pensaram na viabilidade ambiental e na melhoria da qualidade de vida da coletividade a questão econômica permeou toda a discussão.
Isso foi só um exemplo para alertar que o discurso ambiental é mentira e que cada vez mais o paradigma do capital é a verdade amarga que assola a humanidade, o Código Florestal Brasileiro está pouco a pouco sendo devastado em prol do agronegócio, as individualidades estão sendo suprimidas pela massificação do comportamento, e a convivência está sendo suplantada pela virtualidade fútil da Internet.
Quem ainda souber o que é uma carta me escreva por favor e a envie pelo Correio, terei o prazer de pegar um pedaço de papel e responder escrevendo a tinta ou a grafite.
Endereço: Rua André de Melo e Castro, Bairro Ermelinda Cep:31250-610
Rafael Carvalho de Ávila Bueno
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