Cálice


Ora camarada que encara essa árvore
por de trás da terra,da grama e de uma podre madeira,
O que lhe intriga?
Seria a indiferença com os seus tolos problemas?
Enquanto morres de amores, ela cresce indiferente a tua melancolia,
A falta de dinheiro não derramou uma folha sequer ao chão.
Deixem que sirvam conhaque em teu crânio oco, assim saciaria a sede alheia,
Pois quase todas as pessoas são como esse arvoredo,
Indiferente a tua vida e tua morte,
E o que lhe resta é apenas o recipiente macabro que não foi devorado, ainda.
Não se deixe abraçar pela ilusão momentânea, os galhos não apontam para a tua cova,
Então se contente com a visita dos vermes aos seus imundos restos.
Alegria em ser adubo de árvores
cálices dos loucos
e por enquanto, nada além.


Nil Karamázovi

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