Rosto


E o meu rosto facilmente se perde na multidão,
Sou algo ignorado pelos nobres transeuntes
Até que tropeço ou amarro os meus sujos sapatos.
Atrapalho sua pressa e impaciência.
Ah! Pobre dos carros que brecam,
Que engatam marchas,
pisam em embreagens,
aceleram
E partem
buzinando no meu ouvido.
Saia da frente, ou debaixo do meu carro.
Só assim sou visto,que ironia
e então me desculpo,
Mas para quem?
É que se foram tão velozes que eu nem vi
e nem ouviram as minhas desculpas.

De novo, não se chateie
São os humanos,
Pobres humanos que não se seduzem pelo acaso.

Nil Karamázovi

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