
"Menino, pensa bem! São 19:30! Você vai chegar por volta da meia noite naquela cidade!"
Cheguei às 23:05.
Quando eu era criança ou adolescente (nunca sei dividir esses tempos), o meio fio era o palco das conversas.
Sentávamos ali, após uma partida de futebol, uma pelada no asfalto e conversávamos durante horas.
Ficávamos ali vendo as garotas e os carros passando no ritmo da noite caindo.
O meio fio foi também palco para o início dos meus acordes no violão.
O meio fio foi também palco para o início dos meus acordes no violão.
Com um vinho bem barato (bem barato mesmo e o sabor era proporcional ao preço) cantávamos as canções que embalavam a nossa adolescência.
No último fim de semana, o ato de sentar no meio fio e conversar se repetiu, porém sem aquela inocência adolescente de antes.
No último fim de semana, o ato de sentar no meio fio e conversar se repetiu, porém sem aquela inocência adolescente de antes.

Foi sentado no meio fio, em frente à lagoa do campus, que toda a história saiu de nossas gargantas e corações.
Nada atrapalhou.
Nem a noite não dormida, o sono de uma semana atrasado, as dificuldades com o fuso horário.
Nem o medo de falar, o medo de ouvir, o medo de chorar.
Sentados naquele meio fio vi os meses de janeiro à abril saindo de mim e passando por mim.
Sentados naquele meio fio vi os meses de janeiro à abril saindo de mim e passando por mim.
Me orgulhei de mim, me orgulhei dela.
Vi que o tempo é veloz e que o mundo é realmente pequeno.
Vi que o tempo é veloz e que o mundo é realmente pequeno.
O tempo é tão veloz que voltei pra casa com muita coisa pra dizer e muita coisa (muita mesmo) pra ouvir.
Mas o mundo é pequeno, né?
A âncora foi jogada mais uma vez.
A âncora foi jogada mais uma vez.
Tudo isso porque percebi, mais uma vez, que o nosso mar não tem fim.
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Miro Jones,
hoje é segunda-feira, segundas mornas intenções.
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