Tinha uma rocha no meio do caminho...


Carlos Drummond de Andrade encontrei-o assim como quem não quer nada, meio como uma pedra no meio do caminho, ou melhor uma rocha itabirana no meio do vestibular. Encontro insólito com Carlos, numa época não muito propícia para relações amorosas, mas foi amor a primeira vista, o Livro era Sentimento do Mundo e dentro dele encontrei os meus próprios Nem mesmo a ousadia dos interpretadores de poemas conseguiram diminuir meu interesse pelas letras do Itabirano.


O que mais me impressionou foi a capacidade de carregar um Estado como o nosso (MG) dentro de si, sem ao menos sentir o peso dessa responsabilidade. Poemas sobre a vida dos mineiros e sua própria, alguns melancólicos outros lindamente românticos, Carlos se mostrou versátil e imune a qualquer tentativa de se adivinhar seu pensamento.


Poema não se interpreta, se sente.



Rafael Bueno, Contando as Geografias da arte....

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