... o sangue era rubro, a comoção foi nacional, plantão médico a cada minuto, queremos saber de todos os detalhes,(...) nós temos compaixão!
( trecho do livro A Cidade das Cores)
Mais uma novela ao vivo e o exército, ordenado por um senhor sempre acima de todos, ataca, era o que queríamos, está finalizando os atos digno da Divina Comédia.Queremos entretenimento , queremos entrevistas com os protagonistas, sofrer como mártires, enquanto ela morre. Era o final feliz que queríamos, viva a sociedade, chega de comédia estilo pastelão, preferimos um drama shakespeariano, mas na nossa novela, no nosso ato, o não-amado, o Romeu desmiolado não morre, ela sim morre por nós, para saciar essa sede de entretenimento que não se extingue, ela é uma heroína. Chorar, orar, bandeira branca furada, será que eles entenderam o recado? Eu não entenderia e ainda não entendo.
A sociedade quer sempre dá um basta na violência, é o que dizem, mas como divertir se tudo isso acabar? Intervalo, vendemos refrigerantes, cervejas com o sangue da vida de várias pessoas. Como dá um basta, sendo que a cada dia escolhem/estampam num noticiário sanguinolento os participantes desses brutais eventos?Para mim tudo isso é um passatempo pitoresco em que damos nossas doses de compaixão, para os que não precisam tanto, choramos para o fabuloso destino de todas as pessoas, desde que seja propagado em todos os lares do mundo, que seja crianças, adolescentes, culpados e inocentes, que morram todos, para que a nossa sede viva.
Que minha morte seja transmitida a todos vocês! Amém!Danilo Sousa
Ela disse: Eu sei como é estar morta!
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4 comentários:
Quem dera a inocencia perdida ainda vivesse...
...e a cidade que cada vez mais violenta... e você cada vez mais violento porque no seu apartamento ninguém fala com você...
Hoje nem as mortes são mortes...
...a felicidade é uma arma quente...
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